Argumentos sobre o tema [GRUPO]
"Através da história podemos ver como a ciência foi usada para sustentar ideologias de segregação e hierarquização racial que hoje nos parecem absurdas, mas que, mesmo assim, ainda ecoam em discursos racistas. O conteúdo dito científico oferecia o respaldo necessário para a aceitação e difusão dessas ideias.
O branqueamento no Brasil é um exemplo interessante de como uma teoria pode influenciar as políticas de um país e repercutir na sociedade durante muitos anos. Assim como políticas de segregação adotadas, principalmente no sul Estados Unidos, na Alemanha nazista e na Africa do Sul, a maioria no século passado, mas que se estendem até aos dias de hoje. Essas ideologias tendem a negar o racismo na realidade nacional, racismo este que acontece sem admitir-se explicitamente, e continua a subjugar e colocar o negro em situação de subordinação. Tal quadro resulta numa negação e em uma dificuldade em aceitar os ancestrais africanos por parte dos negros, o que acaba por enfraquecer seus laços com sua própria origem. Também é bem notável a adoção de práticas estéticas de branqueamento amplamente aceitas em nossos dias, mesmo que não sejam novidade - durante o branqueamento, em São Paulo, muitos produtos de beleza foram criados para essa classe que poderia ascender na sociedade, desde que com 'almas brancas'; produtos para alisar cabelos, pó de arroz, cremes embranquecedores, etc. Isso comprova que até hoje ecoam efeitos das teses de branqueamento, isso é aceito e visto por meio das atitudes de negros de quererem ser vistos como pardos e pardos que desejam ser aceitos como brancos.
Atualmente, tem-se a falsa ideia de igualdade racial. A crença na democracia racial surgiu como forma de encobrir a vergonhosa política que foi o branqueamento do País, perpetuada durante os séculos XIX e XX.
A ideologia da democracia racial era, e continua, muito conveniente, pois isenta o Estado e o racismo informal de qualquer responsabilidade pela situação da população negra, colocando essa responsabilidade até mesmo sobre os próprios negros. A situação de marginalidade, discriminação e fracasso na ascensão na sociedade brasileira dos negros seria somente culpa deles mesmos e de sua incapacidade de aproveitar as oportunidades a eles oferecidas. Outra conveniência trazida por essa ideologia é a de difundir a ideia de que, por conta da própria índole do povo brasileiro, não haveria distinções raciais.
O modelo das relações raciais brasileiro, trabalha para reduzir a tensão e competição raciais, mas ao mesmo tempo, mantém os negros em uma posição social e econômica subordinada.
Sendo a ciência construída por ações e reflexões feitas por humanos, que pertencem a diferentes grupos, e, tendo esta ciência, efeitos sobre a humanidade e também sobre outras formas de vida, ela é susceptível de análise ética. Porque o conhecimento produzido não é descolado do mundo, ele é movido por interesses, e apropriado por outros grupos que não são necessariamente aquele que produziu o conhecimento.
Por que essa busca incontrolada da ciência pela conceituação de tudo? Será que o mundo teria 'evoluído' deste modo se o primeiro homem tivesse evitado juízos morais acerca de algum outro? Não. Afinal, temos a capacidade de pensar e refletir sobre nossos pensamentos, ou seja, sempre emitimos juízos morais. O ideal de ética é muito lindo de se ver, todo 'absoluto' e 'perfeito', mas, é algo inalcançável quando o assunto é o homem - O homem em essência, o homem que põe em cheque suas individualidades nas suas decisões. Assim, sempre busca o 'bem' individual, mesmo quando condiz com efeitos sobre determinado grupo - sempre avalia se a consequência daquela ação lhe trará algum bem. Logo, no Brasil do branqueamento, a classe dominante de brancos, visava seu 'bem comum', afinal, eram todos brancos e não tinham nada a perder.
Muitas pessoas ainda andam na rua, EM NOSSO PAÍS, e ouvem outros falarem mal do modo como se veste, do modo como o cabelo crespo está arrumado, do andar, do falar, do jeito de olhar! - tantas diferenças discriminadas! Assim como, muitas pessoas recebem juízos pré-concebidos por pessoas que nem ao menos se dispõem a conhece-las. Querendo ou não, os negros são mais da metade do povo brasileiro, não é questão de 'suportar', mas de entender; não é afastar-de das diferenças, mas apreciá-las. Ignorar as diferenças foi a ação escolhida ou facilmente realizada, sem esforços, durante todos esses séculos no Brasil, nos EUA, em países quaisquer que sejam - é mais fácil. São séculos tendo-se uma classe subordinada, uma classe na periferia da sociedade e negando-se serviços e direitos primordiais.
As ações consideradas boas ou más variam entre grupos e, dentro de um mesmo grupo também podem variar com o tempo, mas o “recipiente” que contém e recebe socialmente o que seria o “bem” ou “mal” é algo universal.
Assim, ao longo do tempo muitos consideravam éticos, comportamentos fora do eixo moral, e muitos cientistas justificavam esses comportamentos como sendo o “caminho para a perfeição”.
Os cientistas costumam ter a pretensão, bastante positivista, de que o progresso da ciência está acima de qualquer julgamento ético possível. Mas seria isso verdade? De qual progresso estamos falando? Do progresso de um grupo, em sua totalidade, enquanto há o rebaixamento e isolamento de outro grupo?
O grupo considera que NÃO pode haver um pensamento racista, assim como não aceitamos uma divisão racial na espécie humana! O fato de um grupo ser diferente não justifica nenhuma teoria de superioridade, ou de mais humanidade de determinado grupo. Acreditamos que é necessário o convívio, como em uma sociedade, a sociedade global, respeitando o diferente e entendendo-o. Nada, nem as necessidades econômicas de um país, justifica a segregação, exclusão, humilhação de povos! Os atos realizados em várias partes do mundo no decorrer dos séculos, atos de exclusão, negação e etc. contra o diferente, o colorido, são repugnáveis e vergonhosos! Mas servem como lição, serve para nos mostrar até que ponto o homem pode chegar quando motivado por um poder de influencia como o da ciência.
O branqueamento no Brasil é um exemplo interessante de como uma teoria pode influenciar as políticas de um país e repercutir na sociedade durante muitos anos. Assim como políticas de segregação adotadas, principalmente no sul Estados Unidos, na Alemanha nazista e na Africa do Sul, a maioria no século passado, mas que se estendem até aos dias de hoje. Essas ideologias tendem a negar o racismo na realidade nacional, racismo este que acontece sem admitir-se explicitamente, e continua a subjugar e colocar o negro em situação de subordinação. Tal quadro resulta numa negação e em uma dificuldade em aceitar os ancestrais africanos por parte dos negros, o que acaba por enfraquecer seus laços com sua própria origem. Também é bem notável a adoção de práticas estéticas de branqueamento amplamente aceitas em nossos dias, mesmo que não sejam novidade - durante o branqueamento, em São Paulo, muitos produtos de beleza foram criados para essa classe que poderia ascender na sociedade, desde que com 'almas brancas'; produtos para alisar cabelos, pó de arroz, cremes embranquecedores, etc. Isso comprova que até hoje ecoam efeitos das teses de branqueamento, isso é aceito e visto por meio das atitudes de negros de quererem ser vistos como pardos e pardos que desejam ser aceitos como brancos.
Atualmente, tem-se a falsa ideia de igualdade racial. A crença na democracia racial surgiu como forma de encobrir a vergonhosa política que foi o branqueamento do País, perpetuada durante os séculos XIX e XX.
A ideologia da democracia racial era, e continua, muito conveniente, pois isenta o Estado e o racismo informal de qualquer responsabilidade pela situação da população negra, colocando essa responsabilidade até mesmo sobre os próprios negros. A situação de marginalidade, discriminação e fracasso na ascensão na sociedade brasileira dos negros seria somente culpa deles mesmos e de sua incapacidade de aproveitar as oportunidades a eles oferecidas. Outra conveniência trazida por essa ideologia é a de difundir a ideia de que, por conta da própria índole do povo brasileiro, não haveria distinções raciais.
O modelo das relações raciais brasileiro, trabalha para reduzir a tensão e competição raciais, mas ao mesmo tempo, mantém os negros em uma posição social e econômica subordinada.
Sendo a ciência construída por ações e reflexões feitas por humanos, que pertencem a diferentes grupos, e, tendo esta ciência, efeitos sobre a humanidade e também sobre outras formas de vida, ela é susceptível de análise ética. Porque o conhecimento produzido não é descolado do mundo, ele é movido por interesses, e apropriado por outros grupos que não são necessariamente aquele que produziu o conhecimento.
Por que essa busca incontrolada da ciência pela conceituação de tudo? Será que o mundo teria 'evoluído' deste modo se o primeiro homem tivesse evitado juízos morais acerca de algum outro? Não. Afinal, temos a capacidade de pensar e refletir sobre nossos pensamentos, ou seja, sempre emitimos juízos morais. O ideal de ética é muito lindo de se ver, todo 'absoluto' e 'perfeito', mas, é algo inalcançável quando o assunto é o homem - O homem em essência, o homem que põe em cheque suas individualidades nas suas decisões. Assim, sempre busca o 'bem' individual, mesmo quando condiz com efeitos sobre determinado grupo - sempre avalia se a consequência daquela ação lhe trará algum bem. Logo, no Brasil do branqueamento, a classe dominante de brancos, visava seu 'bem comum', afinal, eram todos brancos e não tinham nada a perder.
Muitas pessoas ainda andam na rua, EM NOSSO PAÍS, e ouvem outros falarem mal do modo como se veste, do modo como o cabelo crespo está arrumado, do andar, do falar, do jeito de olhar! - tantas diferenças discriminadas! Assim como, muitas pessoas recebem juízos pré-concebidos por pessoas que nem ao menos se dispõem a conhece-las. Querendo ou não, os negros são mais da metade do povo brasileiro, não é questão de 'suportar', mas de entender; não é afastar-de das diferenças, mas apreciá-las. Ignorar as diferenças foi a ação escolhida ou facilmente realizada, sem esforços, durante todos esses séculos no Brasil, nos EUA, em países quaisquer que sejam - é mais fácil. São séculos tendo-se uma classe subordinada, uma classe na periferia da sociedade e negando-se serviços e direitos primordiais.
As ações consideradas boas ou más variam entre grupos e, dentro de um mesmo grupo também podem variar com o tempo, mas o “recipiente” que contém e recebe socialmente o que seria o “bem” ou “mal” é algo universal.
Assim, ao longo do tempo muitos consideravam éticos, comportamentos fora do eixo moral, e muitos cientistas justificavam esses comportamentos como sendo o “caminho para a perfeição”.
Os cientistas costumam ter a pretensão, bastante positivista, de que o progresso da ciência está acima de qualquer julgamento ético possível. Mas seria isso verdade? De qual progresso estamos falando? Do progresso de um grupo, em sua totalidade, enquanto há o rebaixamento e isolamento de outro grupo?
O grupo considera que NÃO pode haver um pensamento racista, assim como não aceitamos uma divisão racial na espécie humana! O fato de um grupo ser diferente não justifica nenhuma teoria de superioridade, ou de mais humanidade de determinado grupo. Acreditamos que é necessário o convívio, como em uma sociedade, a sociedade global, respeitando o diferente e entendendo-o. Nada, nem as necessidades econômicas de um país, justifica a segregação, exclusão, humilhação de povos! Os atos realizados em várias partes do mundo no decorrer dos séculos, atos de exclusão, negação e etc. contra o diferente, o colorido, são repugnáveis e vergonhosos! Mas servem como lição, serve para nos mostrar até que ponto o homem pode chegar quando motivado por um poder de influencia como o da ciência.